sexta-feira, 25 de abril de 2025

O acordo entre o Irão e os Estados Unidos pode acabar com a guerra no Médio-Oriente

 A intenção dos Estados Unidos e o Irão chegarem a um acordo pode ser o início do processo para a paz no Médio-Oriente. O entendimento está relacionado apenas com o desenvolvimento do programa nuclear iraniano, mas haverá consequências relativamente a outros assuntos. 

A principal vontade de Washington passa por impedir que Teerão tenha uma arma nuclear, mas também proteger a segurança de Israel. Qualquer que seja o resultado final das negociações vai ter sempre implicações na existência do Estado israelita. 

O regime dos ayatollahs tem sido o principal financiador do Hamas, Hezbollah e dos Houthis, que continuam a não reconhecer Tel-Aviv, pelo que, Donald Trump também tem que exigir o fim dos apoios militares e financeiros que estão a causar conflitos naquela região. 

A sobrevivência destes grupos terroristas é o maior problema que existe neste acordo porque mesmo que o Irão não os ajude podem sempre procurar outras formas de continuar a lutar contra Israel. O Hamas, Hezbollah e os Houthis são organizações com força militar suficiente para actuarem sozinhos.

quarta-feira, 16 de abril de 2025

Donald Trump continua muito longe de estar no lado certo da história relativamente à guerra na Ucrânia

 Desde que iniciou o segundo mandato como Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ainda não mudou de posição relativamente ao conflito entre a Ucrânia e a Rússia. Apesar de querer uma solução pacífica para resolver a guerra que dura há três anos, as opções tomadas favorecem a vontade de Moscovo de manter o controlo sobre o leste do país vizinho.

O líder norte-americano continua a culpabilizar Volodymyr Zelensky pelo que aconteceu e nunca teve a intenção de apontar o dedo ao verdadeiro responsável pela invasão. A Rússia é que atacou a integriadade territorial da Ucrânia. No entanto, pode haver uma vontade do líder ucraniano de não querer alcançar a paz nas actuais condições.

O problema é que a Casa Branca vai colocar sempre pressão na parte mais fraca, que neste caso é Kiev, para que se chegue a um entendimento. Ou seja, a estratégia nunca será de condicionar ou ameaçar Putin caso não se sente à mesa das negociações, sendo que, haverá uma vontade de oferecer muita coisa e de reforçar os laços de amizade com Moscovo.

Nunca se pode dizer que Donald Trump recebe ordens directas de Putin, mas acabou com o isolamento internacional da Rússia que se verificou desde o início da invasão da Ucrânia, que incluiu rejeições por parte de alguns aliados tradicionais, como a China e o Brasil.  

terça-feira, 18 de março de 2025

A Síria continua em guerra civil mesmo depois da queda de Bashar Al-Assad

 A queda do regime de Bashar Al-Assad no início de Dezembro não trouxe estabilidade política e social à Síria, que continua a viver sob intensos confrontos entre diferentes etnias em várias regiões, nomeadamente em Latakia. 

Apesar da revolução, as minorias, como os Alawites e os Curdos continuam a ser alvos de perseguição e massacre, como aconteceu nos últimos dias. Os Cristãos também não escapam à força demonstrada pelas forças governamentais e da oposição, que sendo as mesmas, trocaram de papeis. 

Os maiores prejudicados são os Curdos, que continuam sem um território próprio, apesar da ajuda que deram uma grande ajuda na queda do anterior líder porque a Turquia teve um papel fundamental no recente golpe de Estado. 

Neste momento o território sírio é controlado por quatro entidades diferentes, além das forças leais a Bashar Al-Assad, que pretendem reconquistar o poder. O estado de conflito permanente pode durar, mesmo que cada grupo já tenha estabelecido as fronteiras geográficas e políticas. 

terça-feira, 4 de março de 2025

Volodymyr Zelensky perdeu a ajuda dos Estados Unidos por culpa própria

O desentendimento entre Donald Trump e Volodymyr Zelensky na Sala Oval mostram que o conflito entre a Ucrânia e a Rússia vai ser complicado de resolver, mesmo com a ajuda dos países mais importantes do Ocidente. Os ucranianos nunca vão aceitar a cedência dos territórios ocupados, mas também já perceberam que dificilmente os recuperam.

A posição do Ocidente passa por apoiar incondicionalmente a Ucrânia, embora com a promessa de haver uma decisão relativamente ao futuro. Não basta impedir o avanço da Rússia até Kiev ou para além disso, só que, não será possível manter uma ajuda por muito mais tempo, sobretudo se for necessário colocar tropas no terreno.

A postura do líder ucraniano não tem sido a melhor porque faz promessas de um entendimento só que depois continua a pretender mais ajuda sem obter resultados. Isto é, sem conseguir recuperar o território perdido. Percebe-se a intenção de Zelensky, mas prolongar o conflito pode causar problemas em termos internos. 

O acordo estabelecido com os Estados Unidos deveria incluir mais medidas de segurança ou mesmo a inclusão de equipamento militar durante o período em que fosse feito a exploração de minerais. No entanto, tudo ficou estragado com a reacção intempestiva na Sala Oval, apesar de ter sido provocada pelo Vice-Presidente, JD Vance. 

A tentativa de colar-se aos norte-americanos, mesmo deixando a ajuda proveniente da Europa em segundo plano, foi bastante prejudicial para o Chefe de Estado ucraniano, que gerou alguma desconfiança em muitos sectores do Partido Republicano. As intromissões na política interna, por culpa dos democratas, também acabou por complicar a relações.

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2025

Donald Trump tem muitos obstáculos para transformar Gaza na Riviera do Médio-Oriente

A nova administração norte-americana liderada por Donald Trump apresentou um plano para acabar com a guerra no Médio-Oriente que dura há muitos anos, mas conheceu um novo episódio após os ataques do Hamas contra Israel no dia 7 de Outubro de 2023. O actual Presidente manteve a linha orientadora da liderança de Joe Biden, que nunca deixou de apoiar Tel-Aviv.

A nova proposta mantém um suporte incondicional à causa israelita, mas vai mais longe porque pretende que os palestinianos abandonem definitivamente a Faixa de Gaza para se tornarem cidadãos do Egipto ou da Jordânia. Nenhum dos países aceita refugiados da Palestina por diversas razões, sendo que, um deles tem a ver com a segurança.

O líder norte-americano pretende ocupar Gaza, embora sem recorrer a tropas, para a transformar na Riviera do Médio-Oriente. Ou seja, o objectivo nem sequer passa por defender os interesses israelitas, mas criar uma zona onde vai imperar a vontade de Washington.

A ideia apresentada será difícil de executar porque a tentativa de expandir os interesses norte-americanos na região colide com a manutenção das actuais obrigações que existem noutros países vizinhos de Israel. Os Estados Unidos deixariam de ter relações com o Qatar, Iraque, Arábia Saudita e a Jordânia, o que impedia o isolamento do Irão, que anseia por desenvolver uma arma nuclear. 

A tentativa de acabar com os grupos terroristas nesta zona do planeta, como o Estado Islâmico, a Al-Qaeda e o próprio Hamas sofreria um grande revés, sendo que, podia aumentar o ódio contra Israel e os americanos. Recorde-se que as autoridades em Washington revelaram que existem cada vez mais pessoas com vontade de executar actos de terrorismo.

sexta-feira, 24 de janeiro de 2025

Os Estados Unidos não vão permitir que Putin continue a atacar a Ucrânia

Na primeira semana como o 47º Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, já efectuou inúmeras mudanças, sobretudo no plano interno, através de mais de duzentas ordens executivas. No entanto, a política externa não ficou esquecida com o anúncio das saídas do Acordo de Paris e da Organização Mundial de Saúde. 

Os rivais externos também não foram esquecidos, embora não tivessem sido aplicadas nenhuma decisão porque a força dos Estados Unidos tem vindo a diminuir. O novo inquilino na Casa Branca escolheu atacar Vladimir Putin em vez de Xi Jinping, nomeadamente por causa da guerra na Ucrânia. 

A ameaça de sanções por parte de Washington a Moscovo não é novo, tendo em conta a posição de Joe Biden nos últimos quatro anos. A rivalidade entre os dois países é algo que o mundo conhece, mas Donald Trump sempre mostrou vontade em ouvir as explicações do líder do Kremlin. No entanto, parece que a vontade de perceber as razões da invasão russa ao vizinho começa a esfriar-se.

É verdade que terá de existir um encontro bilateral entre os Estados Unidos e a Rússia, como vai acontecer entre Trump e Xi Jinping, mas dificilmente vai existir mudança de posições relativamente à questão ucraniana. Ou seja, uns querem o fim do conflito, enquanto os outros pretendem mantê-lo ou mesmo causar mais danos. 

Perante isto, os norte-americanos terão de continuar a aplicar sanções e quem sabe continuar a usufruir do equipamento militar da NATO e dos aliados para pressionar o velho inimigo que representará sempre uma ameaça à segurança. 

sexta-feira, 10 de janeiro de 2025

Os Estados Unidos mudaram as prioridades na política externa

O futuro Presidente dos Estados Unidos revelou quais são as principais prioridades em termos de política externa para os próximos anos. Curiosamente, não se ouviu falar de continuar a rivalizar com a China, Rússia ou o Irão. Donald Trump apontou o México, o Canadá e a Gronelândia como os principais alvos. 

Os vizinhos do Estados Unidos vão sofrer sanções económicas caso não cheguem a acordo com Washington relativamente a algumas matérias. Os mexicanos não podem continuar a enviar imigrantes para o outro lado da fronteira, enquanto os canadianos precisam de efectuar alterações no plano comercial. 

A relação com o México pode sofrer mudanças, sobretudo por uma questão que parece simples. Donald Trump pretende mudar o nome do Golfo do México para Golfo da América. No entanto, parecem existir mais questões que vão azedar a relação entre os dois países. As tensões com o Canada serão maiores porque a nova administração pretende transformar o vizinho do Norte no 51º Estado norte-americano. 

O último objectivo relacionado com os assuntos externos é o domínio da Gronelândia para evitar que a Rússia e a China possam utilizar navios naquelas águas. A presença de uma equipa liderada pelo filho de Trump mostra a vontade de resolver o problema nos primeiros dias do mandato. 


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