sexta-feira, 24 de fevereiro de 2023

A nova ofensiva marca o início de mais um ano de guerra

A Rússia decidiu celebrar o primeiro ano do aniversário da guerra com uma invasão que envolve perto de meio milhão de soldados, embora esteja restringida ao leste da Ucrânia porque Kiev deixou de ser um objectivo.

A conquista de quase vinte por cento do território pode ser encarado como um dado que favorece as pretensões de Moscovo, apesar do que sucedeu com Kherson. A incapacidade de chegar a Odessa por terra ou mar foi o outro ponto negativo.

O maior desejo de Putin foi conseguido porque o mundo ficou a conhecer o poderio militar dos russos, o que vai obrigar a mudanças geopolíticas com significado, mesmo com o isolamento internacional demonstrado pelas principais potências, como a China e a Índia.

As primeiras alterações serão as relações com a NATO. Dificilmente haverá espaço para a actual tensão entre os dois blocos. A Rússia não pretende fazer fronteira com a organização e o Ocidente quer viver sem a ameaça nuclear. 

sexta-feira, 20 de janeiro de 2023

Sem paz à vista no conflito ucraniano

Os primeiros dias do ano pareciam indicar que as negociações entre Volodymyr Zelensky e Vladimir Putin iriam começar em breve. Contudo, rapidamente se percebeu que a guerra na Ucrânia vai cumprir um ano de aniversário sem ter havido uma reunião ao mais alto nível.

As esperanças de que pudessem ter início os encontros rumo a uma solução definitiva começaram com o pedido de cessar-fogo do líder russo que nunca se cumpriu por causa dos bombardeamentos diários contra as cidades ucranianas, nomeadamente em Kiev.

O que se passa entre os dois líderes é muito semelhante à relação entre Israel e Palestina. Ou seja, nenhumas das partes vai ceder nas exigências que tem relativamente ao outro porque há um equilíbrio no terreno. 

A Rússia perdeu a superioridade no campo de batalha depois da reconquista de Kherson pelas forças ucranianas em Setembro. No entanto, continua com uma força superior com capacidade para manter o conflito durante mais tempo. 

sexta-feira, 18 de novembro de 2022

A Terceira Guerra Mundial começou em Fevereiro

 A dúvida sobre a origem de um míssil que caiu no território polaco gerou um alerta sobre a possibilidade de poder originar o começo da terceira guerra mundial. Contudo, tudo não passou de um acidente que terá de ser investigado com mais profundidade.

O conflito mundial teve início com a invasão russa da Ucrânia em Fevereiro, apesar do conflito militar dificilmente estender-se além do leste do país. Neste período que nem sequer chegou a 365 dias já se percebeu o carácter global por causa das implicações que vai ter, sobretudo no Ocidente. 

O principal alvo de Moscovo é o governo de Zelensky, só que, também existe um sentimento contra a NATO, a União Europeia, mas sobretudo a liderança norte-americana no mundo. Os conflitos de outra ordem têm tido impacto nos bastidores da política internacional, como aconteceu depois da explosão no gasoduto. 

segunda-feira, 3 de outubro de 2022

A anexação de quatro territórios ucranianos ditou o fim da solução diplomática

 Os últimos acontecimentos relacionados com a guerra na Ucrânia confirmam que dificilmente haverá um entendimento entre Volodymyr Zelensky e Vladimir Putin. A anexação de quatro territórios ucranianos por Moscovo pode ter ditado o fim da solução diplomática, apesar dos esforços da França e da Turquia para haver paz. 

A Rússia vai continuar isolada em termos internacionais, como se percebeu na última Assembleia-Geral das Nações Unidas. Contudo, Putin também nunca irá recuar nas intenções de vencer o conflito, sobretudo numa altura em que o Ocidente está cada vez mais envolvido. 

No início ninguém entendeu as razões do ataque russo ao vizinho, só que, sete meses depois percebeu-se que se trata de uma tentativa de afirmação no plano internacional, tendo os Estados Unidos como o principal alvo. No entanto, existem conflitos com Kiev que merecem ser analisados. 

terça-feira, 21 de junho de 2022

A Ucrânia precisa de alcançar a paz antes de aderir à União Europeia

O pedido de adesão da Ucrânia à União Europeia tem vários riscos que não podem deixar de ser considerados pelos responsáveis europeias. O principal está relacionado com a duração da guerra. 

As autoridades europeias, nomeadamente a Alemanha, colocaram um travão na euforia dos ucranianos e de alguns líderes ocidentais, porque dificilmente a Ucrânia tem condições para se juntar ao clube europeu na próxima década. A medida sensata e pensada tem como objectivo não criar riscos desnecessários para os dois lados. 

A adesão de Kiev iria aumentar a revolta russa contra o governo liderado por Zelensky, mas também mais ameaças para a União Europeia. Neste momento, o que se pretende é diminuir a tensão com Moscovo para alcançar a paz, sendo que, não haveria forma das entidades europeias protegerem um membro que está a ser invadido. Não existe qualquer vantagem para Bruxelas e a Ucrânia de se dar um passo nesse sentido. 

Existem outras razões, como a falta de desrespeito pelos países dos Balcãs, que estão em negociações há vários anos, para adiar a decisão, embora seja necessário manter a ajuda, sobretudo quando for necessário reconstruir o país. 

Os responsáveis europeus pretendem dar um sinal político de que vão continuar ao lado da causa ucraniana em qualquer circunstância. Contudo, existem requisitos e princípios que devem ser mantidos, como é o caso da paz e segurança.  

segunda-feira, 28 de março de 2022

A terceira guerra mundial não ultrapassa o leste da Ucrânia

Os acontecimentos em torno da guerra na Ucrânia mostram que o mundo irá enfrentar uma terceira guerra mundial. Contudo, em moldes muito diferentes daqueles que originaram os conflitos durante o século passado. O confronto militar dificilmente passará de Kiev devido à resistência dos ucranianos, mas porque a Rússia também não tem interesse em controlar o resto do país.

A intervenção de outros actores internacionais será feita através das pressões diplomáticas, sanções económicas e mesmo por ataques cibernéticos que não causam vítimas. O problema é que todas as acções terão consequências na ordem internacional que continua a vigorar, sendo que, a Europa será prejudicada por tudo aquilo que vier a ser decidido. 

A Rússia não decidiu apenas atacar a Ucrânia porque o principal objectivo é causar desordem no Ocidente, nomeadamente em mudar o mapa da Europa, além de provocar o ambiente político. Contudo, também está nos planos de Moscovo manter uma guerra fria com os Estados Unidos. As eleições francesas são o primeiro teste à capacidade de resistência da democracia europeia, mas a vontade de Joe Biden em acabar com o regime liderado por Putin é um sinal de que as ambições estão a ser alcançadas. 

Nos próximos meses haverá a intromissão de mais partes que estão interessadas em dar um rumo ao conflito, como a Turquia e a China. Ancara e Pequim já mostraram de que forma irão intervir, apesar dos sinais de neutralidade que Recep Tayyip Erdogan e Xi Jinping demonstraram. 

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2022

A França e a Alemanha voltaram a impedir o avanço da ameaça russa

O recuo das tropas russas é um sinal que a diplomacia voltou a funcionar. No entanto, a ameaça de uma invasão aos países vizinhos que optaram por um posicionamento mais perto da União Europeia irá continuar até à manutenção de Vladimir Putin no poder. 

Os protagonistas de mais um êxito em termos internacionais pertence à França e Alemanha, que sempre adoptaram uma atitude inteligente face à ameaça russa. Nunca deixaram de dialogar com Moscovo, mas também foram sempre firmes caso houvesse a violação do direito internacional. A coerência dos líderes políticos acabar por fortalecer as relações entre todos os países europeus. 

A União Europeia também tem de integrar os cidadãos de alguns países do Leste que se sentem mais próximos à Federação Russa. O erro que originou a divisão da Ucrânia não pode voltar a ser cometido noutros sítios, como a Bielorrússia, a Polónia e os países do Báltico. 

O que mais preocupa são as posições dúbias dos Estados Unidos, já que, ao mesmo tempo, garantem uma resposta forte, mas no plano interno já não querem participar em mais nenhum conflito militar. A Casa Branca tem revelado muitas fraquezas para tomar decisões na política internacional devido à vontade de alguns sectores dos partidos pretenderem que não haja mais ajudas a outros países, mesmo que esteja em causa o aumento da influência de um adversário. 

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