terça-feira, 4 de novembro de 2025

Donald Trump tem tido vitórias internas suficientes para cumprir o mandato até ao fim

 Um ano após a segunda eleição de Donald Trump como Presidente dos Estados Unidos pode dizer-se que o desempenho é positivo, apesar da popularidade não ser a melhor. No entanto, desta vez não vai haver uma reeleição.

As mudanças no plano interno foram a prioridade da nova administração, nomeadamente acabar com o wokismo que marcou a administração Joe Biden. O país virou totalmente à direita de um dia para o outro, mas alguns acham que foi apenas reposta a normalidade no funcionamento do governo. 

Os receios de que iria ser definido um caminho rumo ao totalitarismo, sobretudo com o fim da liberdade de imprensa não se verificaram nem mesmo a tentativa de controlar o Congresso, apesar dos republicanos terem a maioria da Câmara dos Representantes e do Senado. As medidas que implementou não colocam em risco um impeachment se os democratas vencerem as eleições intercalares dentro de um ano. 

No plano externo existiram grandes feitos desta administração, em particular os vários acordos de paz que foram celebrados. O Cambodja e a Tailândia não voltaram a agredir-se, a Arménia e o Azerbeijão sentaram-se à mesa muito tempo depois, sendo que, a Índia e o Paquistão já conseguem falar um com o outro. 

Apesar destas vitória, a Casa Branca ainda não conseguiu arranjar uma solução equilibrado para o problema entre Israel e a Palestina sem ter que apoiar uma das partes. Contudo, existem alguns sinais dos Estados Unidos em suportar a solução dos dois Estados. O maior problema para Trump será convencer a Rússia a terminar com a guerra contra a Ucrânia. O velho amigo Vladimir Putin não tem qualquer vontade de mostrar a força militar e política também perante os norte-americanos. 

sexta-feira, 3 de outubro de 2025

Hamas e Israel vão ter dificuldades em implementar o plano apresentado por Trump

A proposta dos Estados Unidos visa acabar com a influência do grupo na faixa de Gaza, sendo substituído por uma entidade de transição, que conta com o apoio da maioria dos países árabes. Durante esse período, o exército israelita terá de retirar-se gradualmente dos territórios que foram ocupados nos últimos dois anos. 

Existe aqui um caminho para a paz e mais importante do que isso, alimenta a esperança de haver uma solução de dois Estados. O palestiniano e o israelita, mas isso é outro problema que tem de ser resolvido mais tarde. A prioridade passa por acabar com os bombardeamentos e ataques cirúrgicos como aconteceu no dia 7 de Outubro de 2023.  

O plano apresentado por Donald Trump para o futuro de Gaza dificilmente será aceite pelo Hamas. O grupo que mantém a liderança naquele território prefere lutar com as forças israelitas até ao último minuto do que render-se, sendo que, os militantes não pretendem viver no exílio.

Não será fácil convencer os israelitas para aceitarem este plano, mesmo que tenham recuperado todos os reféns, só que, Benjamin Netanyahu está totalmente dependente das decisões de Washington para o bem e para o mal e independentemente de quem estiver sentado na Casa Branca. Os recentes ataques contra o Qatar e a manutenção das tropas na fronteira com o Líbano, dois amigos dos norte-americanos na região, já colocaram em causa o estado de graça de Telavive. 

sexta-feira, 5 de setembro de 2025

O Ocidente tem três inimigos com que se preocupar

 O recente encontro entre Xi Jinping, Vladimir Putin e Kim Jong-Un mostra que o Ocidente tem três inimigos de peso com que se preocupar em diversos níveis. Existem outras potências que não são favoráveis às políticas ocidentais, como o Brasil, Argentina e o Irão. No entanto, neste momento, o que conta é a ameaça militar que representam a China, Rússia e a Coreia do Norte para o resto do planeta. 

Os russos já mostraram o poder da máquina de guerra através da invasão da Ucrânia, sendo que, dificilmente vão aceitar qualquer propostas que não seja continuar a ocupação. Moscovo também rejeitou as propostas provenientes dos Estados Unidos para acabar com o conflito, o que é um sinal de confrontação política, mesmo com a mudança de inquilino na Casa Branca. 

A China mantém as ameaças a Taiwan, mesmo contra a vontade dos norte-americanos e sob pena de existir um isolamento internacional semelhante ao que sucedeu com a Rússia. Contudo, a influência económica em muitos países pode originar uma postura diferente. A relação com a nova administração norte-americana não é a melhor, mas existe a possibilidade de um entendimento para manter o equilíbrio geopolítico. 

A última ameaça à segurança mundial chama-se Coreia do Norte, que também provoca constantemente os vizinhos do Sul e o Japão. Donald Trump será novamente obrigado a reunir-se com um ditador para evitar um conflito regional. 

quinta-feira, 7 de agosto de 2025

Donald Trump cumpriu com as promessas eleitorais internas, mas ainda não conseguiu mudar o mundo

 No próximo trimestre completa-se um ano depois da segunda vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais norte-americanas. As primeiras mudanças já se fazem sentir, sobretudo no plano interno, que foi a prioridade da administração norte-americana.

A tentativa de mudar algumas mentalidades, nomeadamente com o fim do wokismo em vários sectores da administração pública, parece estar a ser aceite pela população. Apesar de tudo, tem existido alguns excessos, sobretudo na relação com os outros poderes públicos e a imprensa. 

A nova administração também actuou com rapidez e eficácia na principal questão que possibilitou a segunda eleição. A população pediu medidas mais severas para controlar a imigração que estão a ser devidamente executadas. A fronteira com o México parece estar mais segura do que aconteceu nos últimos anos. No plano negativo em termos internos é a perseguição a membros do último executivo, em particular os que fizeram parte do governo Biden, mas também aos actores judiciais que tentaram impedir Trump de regressar à Casa Branca.

A política externa norte-americana não tem sofrido muitas mudanças porque continua a existir vontade por parte dos Estados Unidos em resolver os conflitos através da força política e económica, como se nota na recente imposição de tarifas a vários países. O único recurso à capacidade militar surgiu para destruir três centrais nucleares no Irão. O que surpreende nestes meses de mandato é o reforço da aliança com o Reino Unido, mesmo sendo liderado por um governo trabalhista.

quarta-feira, 23 de julho de 2025

A Rússia quer continuar a mostrar superioridade e força, apesar de não estar a ganhar a guerra

 A falta de entendimento na terceira ronda de negociações entre a Rússia e a Ucrânia mostra que a guerra está muito longe de acabar, ao contrário do que pretendem Donald Trump e Recep Tayyip Erdogan. Neste momento, o único ponto positivo é mais uma troca de prisioneiros de guerra.

Desta vez nem foi preciso uma hora para mostrar que dificilmente será alcançado um acordo relativamente ao controlo do leste ucraniano, à soberania da Crimeia e se a Ucrânia pode ou não entrar na NATO e na União Europeia. O posicionamento da Rússia relativamente à Europa também deve ser debatido para evitar novos conflitos no futuro. 

Perante a falta de diálogo é natural que não se coloque a hipótese de um cessar-fogo, que obviamente serviria para iniciar um caminho sobre as questões mais importantes. A Ucrânia continua a mostrar disponibilidade para acabar com os ataques em território russo com o objectivo de ganhar a confiança de Donald Trump, enquanto Moscovo assume uma posição de força que vai ser prejudicial no futuro. 

Um encontro entre Vladimir Putin e Volodymyr Zelensky também está fora de questão. Contudo, o líder ucraniano continua aberto à realização da única reunião que acabava com a guerra. O Presidente da Rússia entende que não tem de fazer cedências porque se encontra numa posição mais favorável, apesar de nunca ter conquistado Kiev.

quinta-feira, 26 de junho de 2025

O Ocidente mostrou que está unido no regresso de Donald Trump à Europa

 A última cimeira da NATO correu de forma perfeita aos Estados Unidos porque os restantes aliados aceitaram aumentar a despesa em defesa para 5%. As exigências de Donald Trump foram cumpridas, mas o futuro da aliança pode continuar a estar comprometido. 

A reunião que decorreu em Haia teve um ambiente semelhante às restantes, apesar da mudança politica na Casa Branca em Janeiro. As vozes discordantes, como Espanha e Alemanha, acabaram por ceder face ao poder de influência norte-americana. A Europa continua a ser vista como um aliado histórico de Washington, mas o actual Presidente norte-americano pode ficar à espera de mudanças políticas que permitam um diálogo mais fácil. 

Neste momento em que existem inúmeros conflitos internacionais, os dois blocos que compõem o Ocidente prometem caminhar lado a lado, apesar de algumas divergências relativamente à guerra na Ucrânia e o que se passa no Médio-Oriente. No entanto, Trump está cada vez mais sensível para a questão ucraniana e nota-se a falta de paciência para com as decisões tomadas por Vladimir Putin. 

A demonstração de união assinado por todos os membros da aliança pode ser quebrado pela vontade norte-americana de reorganizar a estrutura militar devido ao possível conflito com a China, mas também pelo que se passa no Médio-Oriente. Os países europeus nunca vão contribuir com a decisão norte-americana de utilizar a força militar para chatear Pequim ou tentar mudar o regime vigente no Irão.

terça-feira, 17 de junho de 2025

O conflito entre Israel e o Irão só pode ser resolvido pelos actores regionais

 O conflito entre Israel e o Irão poderá ser o início de um problema que poderá envolver outros actores no Médio-Oriente, além das potências mundiais como os Estados Unidos, a China, a Rússia e a Turquia. No entanto, terá de existir uma solução regional.

O regime dos Ayatollahs não é bem visto na região, mas também ninguém tem a capacidade de os enfrentar, nomeadamente a Arábia Saudita, que tem a maior influência política, económica e militar. A divisão do Yemen é uma prova das actuais capacidades de Teerão. 

Neste momento existe um aliança contra o Estado israelita por causa do que está a acontecer em Gaza, mas também ninguém pretende ajudar os ayatollahs a expandir a ideologia nem a financiar grupos terroristas como o Hamas e o Hezbollah. A adopção dos Acordos de Abraão podia ser um bom início para a paz, só que, isso seria dar um grande trunfo a Tel-Aviv numa altura em que Gaza continua sob ameaça de extinção. 

As grandes potências internacionais também têm interesses a defender, sendo que, o crescimento e aparecimento da Turquia, pode complicar ainda mais o ambiente de tensão que se vive. Os Estados Unidos continuam firmes no apoio a Israel, além de pretenderem manter as bases militares para conter a força do Irão, enquanto a Rússia e a China estão na região para evitar que a influência dos norte-americanos em mais uma zona do planeta.

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