sexta-feira, 10 de setembro de 2021

O último capítulo do retraimento estratégico dos Estados Unidos

A recente saída do Afeganistão foi mais um passo no retraimento estratégico que os Estados Unidos estão a fazer desde o primeiro mandato de Barack Obama. Durante a administração Trump também houve um sinal que os norte-americanos não iriam intervir militarmente nos assuntos internos dos outros países. 

A forma apressada como Joe Biden teve de arrumar as malas resultou do avanço dos talibãs, que originou a fuga do governo afegão para o exílio. A perda de influência em termos militares tem sido notória, nomeadamente depois dos fracassos no Iraque e Afeganistão, pelo que, neste momento não restam mais oportunidades para manter uma política que durou o século passado. 

A falta de justificação para iniciar um conflito em território estrangeiro foi a principal razão para a mudança de atitude. O isolamento internacional também começou a ser visível, sobretudo nos aliados tradicionais, como o Reino Unido. O último argumento para as derrotas americanas está relacionado com o crescimento da Rússia em termos militares e da China no plano político. 

A diplomacia será a nova arma para tentar desequilibrar os assuntos que estejam na ordem do dia, embora ainda haja alguma esperança relativamente ao poder que a economia tem nas decisões globais. No entanto, serão os avanços tecnológicos e ambientais a definir a força de cada país. 

Os acontecimentos em Kabul prova que Washington não consegue actuar sozinho para resolver os problemas do mundo, pelo que, terá de voltar a sentar-se à mesa com as outras nações que pretendem alcançar os mesmos objectivos, mas através de conflitos mais pacíficos. 

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