quinta-feira, 26 de junho de 2025

O Ocidente mostrou que está unido no regresso de Donald Trump à Europa

 A última cimeira da NATO correu de forma perfeita aos Estados Unidos porque os restantes aliados aceitaram aumentar a despesa em defesa para 5%. As exigências de Donald Trump foram cumpridas, mas o futuro da aliança pode continuar a estar comprometido. 

A reunião que decorreu em Haia teve um ambiente semelhante às restantes, apesar da mudança politica na Casa Branca em Janeiro. As vozes discordantes, como Espanha e Alemanha, acabaram por ceder face ao poder de influência norte-americana. A Europa continua a ser vista como um aliado histórico de Washington, mas o actual Presidente norte-americano pode ficar à espera de mudanças políticas que permitam um diálogo mais fácil. 

Neste momento em que existem inúmeros conflitos internacionais, os dois blocos que compõem o Ocidente prometem caminhar lado a lado, apesar de algumas divergências relativamente à guerra na Ucrânia e o que se passa no Médio-Oriente. No entanto, Trump está cada vez mais sensível para a questão ucraniana e nota-se a falta de paciência para com as decisões tomadas por Vladimir Putin. 

A demonstração de união assinado por todos os membros da aliança pode ser quebrado pela vontade norte-americana de reorganizar a estrutura militar devido ao possível conflito com a China, mas também pelo que se passa no Médio-Oriente. Os países europeus nunca vão contribuir com a decisão norte-americana de utilizar a força militar para chatear Pequim ou tentar mudar o regime vigente no Irão.

terça-feira, 17 de junho de 2025

O conflito entre Israel e o Irão só pode ser resolvido pelos actores regionais

 O conflito entre Israel e o Irão poderá ser o início de um problema que poderá envolver outros actores no Médio-Oriente, além das potências mundiais como os Estados Unidos, a China, a Rússia e a Turquia. No entanto, terá de existir uma solução regional.

O regime dos Ayatollahs não é bem visto na região, mas também ninguém tem a capacidade de os enfrentar, nomeadamente a Arábia Saudita, que tem a maior influência política, económica e militar. A divisão do Yemen é uma prova das actuais capacidades de Teerão. 

Neste momento existe um aliança contra o Estado israelita por causa do que está a acontecer em Gaza, mas também ninguém pretende ajudar os ayatollahs a expandir a ideologia nem a financiar grupos terroristas como o Hamas e o Hezbollah. A adopção dos Acordos de Abraão podia ser um bom início para a paz, só que, isso seria dar um grande trunfo a Tel-Aviv numa altura em que Gaza continua sob ameaça de extinção. 

As grandes potências internacionais também têm interesses a defender, sendo que, o crescimento e aparecimento da Turquia, pode complicar ainda mais o ambiente de tensão que se vive. Os Estados Unidos continuam firmes no apoio a Israel, além de pretenderem manter as bases militares para conter a força do Irão, enquanto a Rússia e a China estão na região para evitar que a influência dos norte-americanos em mais uma zona do planeta.

terça-feira, 27 de maio de 2025

Os Estados Unidos culpam a África do Sul pela manutenção nos BRICS e o ataque contra Israel no TPI

 A recente visita do Presidente da África do Sul à Casa Branca demonstrou mais uma vez as intenções que Donald Trump pretende ter na política global. As questões de cortesia podem ficar para segundo plano, já que, existem outros assuntos que merecem ser analisados.

A África do Sul pertence aos BRICS, que também são compostos pelo Brasil, Rússia, Índia e China. O regime brasileiro não é amigável de Washington e Nova Deli celebrou recentes acordos com os norte-americanos. No entanto, Moscovo e Pequim são os principais adversários da influência dos americanos no resto do Mundo.

É verdade que se pode apontar todos os dedos ao Presidente norte-americano por comportamentos excessivos, sobretudo pela tentativa de transformar encontros diplomáticos em espectáculos públicos, mas existe uma leitura política por detrás do incidente com Cyril Ramaphosa na Sala Oval.

A estratégia dos Estados Unidos para fragilizar a Rússia e a China passa por intimidar alguns aliados como Johannesburg. Os BRICS não são uma organização forte do ponto de vista político, económico e militar, mas pode gerar consensos tendo em vista a concorrência com o mundo ocidental. 

O outro aspecto importante foi a decisão das autoridades sul-africanas de intentarem uma acção judicial no Tribunal Penal Internacional para condenar a invasão de Israel a Gaza como um genocídio. Washington não deve ter gostado e aproveitou uma oportunidade enviar um aviso. Contudo, Donald Trump entendeu que desta vez não deveria ter abordado os dois assuntos de forma directa. 

sexta-feira, 16 de maio de 2025

Donald Trump conseguiu manter a influência dos Estados Unidos no Médio-Oriente

 A viagem de Donald Trump ao Médio-Oriente foi bastante positiva, já que, os Estados Unidos mantiveram as relações diplomáticas com os principais aliados, nomeadamente a Arábia Saudita, o Qatar e os Emirados Árabes Unidos. Havia uma certa dúvida sobre como seriam recebidos os norte-americanos depois da proposta para deslocar quase dois milhões de pessoas para fora de Gaza. 

As cerimónias públicas e mesmo privadas demonstram que os laços de amizade mantiveram-se, sendo que, reforçou-se a cooperação, nomeadamente no plano económico e militar entre Washington e os três países. No entanto, também não existiu qualquer passo no sentido de reconhecer Israel através dos Acordos de Abrãao. 

O mais importante neste périplo pela região era evitar uma maior escalada contra o aliado e condenar as acções dos grupos terroristas como o Hamas, Hezbollah e os Houthis. Também não foi feito qualquer isolamento para pressionar o Irão a acabar com o financiamento e a terminar com o programa nuclear. Contudo, a segunda opção seria bem vista por Riade, Doha e Abu Dhabi. 

O Presidente dos Estados Unidos abordou a questão iraniana, tendo rejeitado qualquer desenvolvimento nuclear por parte de Teerão. A porta para o diálogo não abriu porque os avisos que foram feitos dificilmente vão ser ouvidos. Neste aspecto, a questão israelita continua em suspenso porque só um acordo consegue garantir a segurança. 

O encontro entre o líder norte-americano e o Presidente da Síria foi mais um aspecto positivo que garante estabilidade na região. Ahmed al-Sharaa tem a intenção de reconhecer Israel, mas também pretende deixar o Líbano em paz. O problema é que internamente continua a existir conflitos e perseguições a minorias, como os cristãos e os curdos.

quinta-feira, 8 de maio de 2025

O fim do conflito entre a Europa e a Rússia depende do posicionamento dos Estados Unidos

As celebrações do 9 de Maio deste ano vão ser diferentes devido ao clima de instabilidade que se vive no Ocidente. A invasão da Rússia contra a Ucrânia acabou com o clima de paz que existiu desde o fim da II Guerra Mundial. 

Cada bloco político vai efectuar os mesmos rituais e discursos de união, solidariedade e compromisso, mas o ambiente que existe é bastante distinto, sendo que, é possível que haja alguma necessidade de fazer ameaças contra o inimigo. A União Europeia e a Rússia vão continuar a trocar acusações que resultarão em mais bombardeamentos contra as cidades ucranianas, mas também em Belgorod e Kursk na Rússia. 

Os Estados Unidos também estariam incluídos no mesmo pacote que a União Europeia, mas a eleição de Donald Trump em Novembro do ano passado alterou tudo. Washington terminou uma parceria com os europeus, mas tem recuado relativamente a uma relação privilegiada com a Rússia. Contudo, isso não significa que volte a ter boas relações com Bruxelas. 

O posicionamento norte-americano vai ser importante para perceber o rumo do conflito entre a Europa e a Rússia, sendo que, será difícil ter uma posição neutra, apesar do "American First", sugerir um distanciamento relativamente ao que se passa à volta do Mundo. No entanto, parece quase certo que a Casa Branca não tem muitos interesses no Velho Continente e na Rússia. 

sexta-feira, 25 de abril de 2025

O acordo entre o Irão e os Estados Unidos pode acabar com a guerra no Médio-Oriente

 A intenção dos Estados Unidos e o Irão chegarem a um acordo pode ser o início do processo para a paz no Médio-Oriente. O entendimento está relacionado apenas com o desenvolvimento do programa nuclear iraniano, mas haverá consequências relativamente a outros assuntos. 

A principal vontade de Washington passa por impedir que Teerão tenha uma arma nuclear, mas também proteger a segurança de Israel. Qualquer que seja o resultado final das negociações vai ter sempre implicações na existência do Estado israelita. 

O regime dos ayatollahs tem sido o principal financiador do Hamas, Hezbollah e dos Houthis, que continuam a não reconhecer Tel-Aviv, pelo que, Donald Trump também tem que exigir o fim dos apoios militares e financeiros que estão a causar conflitos naquela região. 

A sobrevivência destes grupos terroristas é o maior problema que existe neste acordo porque mesmo que o Irão não os ajude podem sempre procurar outras formas de continuar a lutar contra Israel. O Hamas, Hezbollah e os Houthis são organizações com força militar suficiente para actuarem sozinhos.

quarta-feira, 16 de abril de 2025

Donald Trump continua muito longe de estar no lado certo da história relativamente à guerra na Ucrânia

 Desde que iniciou o segundo mandato como Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ainda não mudou de posição relativamente ao conflito entre a Ucrânia e a Rússia. Apesar de querer uma solução pacífica para resolver a guerra que dura há três anos, as opções tomadas favorecem a vontade de Moscovo de manter o controlo sobre o leste do país vizinho.

O líder norte-americano continua a culpabilizar Volodymyr Zelensky pelo que aconteceu e nunca teve a intenção de apontar o dedo ao verdadeiro responsável pela invasão. A Rússia é que atacou a integriadade territorial da Ucrânia. No entanto, pode haver uma vontade do líder ucraniano de não querer alcançar a paz nas actuais condições.

O problema é que a Casa Branca vai colocar sempre pressão na parte mais fraca, que neste caso é Kiev, para que se chegue a um entendimento. Ou seja, a estratégia nunca será de condicionar ou ameaçar Putin caso não se sente à mesa das negociações, sendo que, haverá uma vontade de oferecer muita coisa e de reforçar os laços de amizade com Moscovo.

Nunca se pode dizer que Donald Trump recebe ordens directas de Putin, mas acabou com o isolamento internacional da Rússia que se verificou desde o início da invasão da Ucrânia, que incluiu rejeições por parte de alguns aliados tradicionais, como a China e o Brasil.  

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